Uma aventura que nos encheu de entusiasmo

Texto de Nélio Olim (ao centro na fotografia), presidente da Associação de Motociclismo da Madeira, de suporte à apresentação do livro Vou só ali visitar o meu filho à Holanda e já venho, de João Botas (ed. On y va), a 10 de Dezembro de 2021, no Funchal, no Museu Casa da Luz

 

Ser motociclista (ou motard) é uma paixão que não escolhe idade, profissão ou classe, e é sinónimo de liberdade, aventura e loucura.

A forma como as pessoas olham para os motociclistas tem vindo a mudar ao longo dos tempos e a imagem do «feio, porco e mau» das estradas deixou de existir. Prova disso é a utilização de veículos de duas rodas generalizada pela população, bem como a preocupação social e solidária que muitos motociclistas demonstram através de atos de relevo que muitas vezes não são noticiados. Honra, igualdade, respeito e irmandade são valores que o motociclismo ensina a praticar.

O João é um aventureiro, um apaixonado pela vida, pelas motas e pela família.

Motard desde muito jovem, embarcou em 2018 na aventura de percorrer 7.300 quilómetros em 19 dias, com a sua Triumph Tiger 800, para brindar ao amor pelo seu filho e à saudade imensa que um dia lhe invadiu o corpo e a alma. Foi uma aventura solitária, onde a saudade traçou um rumo, um objetivo, um destino que foi escolhido pelo coração, planeado pela razão e percorrido em segurança.

Esta aventura encheu-nos de entusiasmo e levou, em 2019, a Associação de Motociclismo da Madeira a convidar o João Botas para estar presente com a sua moto no «Dia do Motociclista», que se realizou em Machico e reuniu mais de 3.800 motas e cerca de 6.000 motociclistas.

Terá sido também uma boa oportunidade de recordar a viagem, até pelas imagens desta aventura que o João nos cedeu e que partilhámos no recinto do evento num ecrã gigante.

O João trocou um projeto de viagem a Marrocos por uma viagem de moto a solo entre Lisboa e a Holanda, provando assim, e uma vez mais, a importância e a necessidade de um ferry nas ligações marítimas entre as ilhas e Portugal Continental e a garantia da continuidade territorial plasmada na Constituição.

Em Vou só ali visitar o meu filho à Holanda e já venho, o João relata as suas vivências ao longo do longo percurso por 12 países e cerca de 50 cidades, até à comemoração da saudade sentida pelo pai, dada a necessidade de o filho (o José Luís) seguir um rumo profissional longe da sua terra natal.

Observamos neste livro a exaltação de valores como a amizade, a solidariedade, o amor, a perseverança e a saudade a servirem de pretexto para uma grande aventura, ilustrada por imagens selecionadas e que foram já divulgadas nalgumas redes sociais como o Facebook e o Instagram.

Vou só ali visitar o meu filho à Holanda e já venho é uma excelente prenda de Natal. Serve de aperitivo a quem quiser conhecer o percurso realizado, as várias cidades, ou para recordar viagens já realizadas.

Termino com um agradecimento ao autor pela honra de participar na apresentação do livro, desejando que seja um sucesso de vendas e que em breve surja uma nova aventura envolvendo a mota e sempre primando pelas questões da segurança rodoviária.

 

[Texto: Nélio Olim]