Isabel Leonor Varandas

Nasceu em Évora, em 1949, embalada, como assinala, «pela doçura cálida do vento suão». Foi a vasta planície alentejana que a fez sonhar com outros mundos e outras gentes. E um dia, recorda, «o vento que até então me tinha embalado e protegido empurrou-me para sul, onde com a ajuda do vento levante’ criei asas e voei na área do turismo». Fala de um voo por vezes suave, outras vezes um pouco mais turbulento, mas sempre no sentido ascendente, e sempre veloz. Terminado esse voo, enveredou por um caminho oposto, formando-se na área da educação física – «a plasticidade, a versatilidade dos corpos, isso sempre me fascinou».

Paralelamente, duas áreas fizeram e fazem parte do seu universo mais criativo: a pintura e a escrita. «A pintura pela beleza da cor e pelas formas. A escrita pela palavra que, numa alva folha de papel, se vai espraiando, moldando, transformando-se num mundo de sentimentos e formas, que nos tocam e quase se materializam.»

Foram ventos desconhecidos que a atraíram. «Com eles voei pelo mundo, pelo prazer da descoberta», diz.