Três-Setes

Os contos de Três-Setes, agora revistos e aumentados, foram escritos por Eduardo Jorge Duarte para a sua rubrica  no Jornal de Monchique. Escrevê-los permitiu-lhe sair da prisão do seu próprio eu. Como ele próprio explica: «Saindo livremente pela porta da imaginação, foram uma possibilidade de quebrar os grilhões da realidade e não ficar fossilizado a uma única visão das coisas e do mundo. Criando personagens com as suas personalidades, mundividências e idiossincrasias, com um fôlego literário bem diferente da minha frequência respiratória enquanto autor, encontro qualquer coisa nova dentro de mim, puramente humana, que ainda não tem nome, qualquer coisa perdida ou que se tornou invisível, que nos conhece e que conhecemos (talvez por isso seja notória a coincidência de a maioria destes contos se encontrar povoada de personagens desaparecidas, que estão e deixam de estar). Qualquer coisa que por medo, ignorância ou cobardia temos por vezes dificuldade em reconhecer. São histórias sobre pessoas que podiam viver ali ao lado, baseadas num acontecimento ou num pormenor que pode ou não ter ocorrido, que pode ou não estar nas notícias; histórias que pretendem destacar a amplitude de opções dada pelo simples facto de existirmos, demonstrando como a vida é imperfeita e pode ser ainda mais imperfeita se vivermos numa bolha, ignorando a dureza dos dias e a importância do outro em nós.»