A Pátria da Chuva
No dia 24 de Novembro de 2019, José do Carmo Francisco publicou no jornal «Correio do Ribatejo» um texto intitulado «Primeira pessoa do singular». Esse texto deu origem a um conjunto de setenta crónicas, que começaram a ser publicadas em 28 de Outubro de 2022 no mesmo jornal e aqui se reúnem em livro. Entretanto foi pedida a Fernando Alves autorização para usar a expressão «A Pátria da Chuva» como título do livro, havendo da sua parte uma rápida resposta positiva. Na verdade, sem deixarem de ser escritas na primeira pessoa do singular, estas crónicas são também uma cartografia sentimental de um espaço geográfico na fronteira não só do Ribatejo e da Beira Baixa mas também da Estremadura e da Beira Litoral. Trata-se de uma paisagem povoada por homens e mulheres que, por teimosia, resistem à pobreza, à aridez e à solidão. Essa gente não perdoa a quem os abandonou e lhes virou as costas para os deixar num lugar de escuridão em vez de os convocar para a alegria das luzes, das cores e da festa. Por outras palavras – «A Geografia é mais importante que a História», como sempre disse e escreveu Vitorino Nemésio.